07/03/16

Doença que matou ex-jogador do Sport, neurocisticercose pode ser evitada com higienização dos alimentos

Doença que matou ex-jogador do Sport, neurocisticercose pode ser evitada com higienização dos alimentos
Na tarde dessa terça-feira (1º) o ex-atacante do Sport Leonardo, 41 anos, morreu no Hospital da Restauração (HR), zona central do Recife, depois de complicações causadas pela neurocisticercose, doença que compromete o sistema neurológico devido à ingestão de alimentos contaminados. O nome pode ser complicado, mas a doença é bastante comum em países onde o saneamento básico e o controle na produção de alimentos são deficientes.


A neurocisticercose é uma infecção causada pela forma cística da Tênia do porco, a Taenia solium, que ataca o sistema nervoso central (SNC). A doença, no entanto, é erroneamente associada exclusivamente ao consumo de carne suína mal preparada. Na verdade, este tipo de carne ou qualquer alimento contaminado e mal preparado pode ser um transmissor dos vermes causadores da doença. Vale reforçar que não é somente pelo animal que os humanos podem contrair a enfermidade. Segundo o neurologista Marcelo Valença, há duas formas de contaminação: pela auto-infecção, quando os ovos de tênia de um indivíduo infectado chegam de alguma forma ao estômago; ou pela hetero-infecção, decorrente de frutas, verduras e outros alimentos contaminados com ovos do parasita. É nesta segunda classificação que a carne de porco de má procedência – aquelas derivadas de criadouros insalubres – está incluída.

” Se a pessoa infectada com a tênia tem uma plantação e defeca próximo do local e essas fezes contém os ovos, ao ingerir frutas e verduras não lavadas e contaminadas com esses ovos, terá o embrião. Já a contaminação do porco ocorre quando ele come fezes de um ser humano infectado. Por isso a importância do animal não entrar em contato com fezes humanas, pois haverá esse risco. Em países desenvolvidos, onde há saneamento adequado e criação de porco controlada, a incidência da doença é muito baixa”, explica o especialista.

Entre os principais sintomas da doença, estão a dor de cabeça, crises epiléticas, hidrocefalia (acúmulo de líquido dentro do crânio) e outros traumas neurológicos. “A neurocisticercose ocorre quando o cisticerco, embrião da tênia, se aloja no cérebro do paciente. Mas ele pode ficar em qualquer outra parte do corpo, como nos músculos, causando a cisticercose, e provocando outros sintomas”, acrescenta o neurologista. O diagnóstico, na maioria das vezes, é fechado através de tomografia ou ressonância.

Não há um tratamento específico para a neurocisticercose. Conforme o quadro apresentado pelo paciente, há necessidade de internação para monitoramento dos sintomas e tratamento com medicamentos que controlem a infecção. Casos mais graves podem necessitar até de tratamento cirúrgico. A doença pode inclusive causar sequelas graves e levar à morte se não for brevemente diagnosticada e tratada. “A própria epilepsia é uma das sequelas que podem ser causadas pela neurocisticercose, assim como a paralisia, danos na medula e lesões oculares, por exemplo”, pontua o especialista.

Em nota, a Associação Brasileira dos Criadores de Suínos (ABCS) defendeu que “a carne suína brasileira é produzida com os mais altos padrões de sanidade, higiene e qualidade. A suinocultura brasileira é reconhecida e admirada em todo o mundo justamente por seguir e respeitar padrões de produção mais elevados dos que os usados nos principais mercados produtores do planeta, seja Estados Unidos, China ou Europa”. No entanto, é importante ressaltar que, principalmente no Nordeste, muitas pessoas mantém o hábito de criar porcos em pocilgas, por isso a necessidade de garantir a boa procedência do alimento.

O endocrinologista Luciano Teixeira, por exemplo, lembra que diversos livros de medicina alertam para o perigo da infecção desse tipo de verme causador da cisticercose por meio de alimentos infectados. “Não são raros os casos desse tipo de infecção que evolui e afeta o cérebro de uma forma que apenas procedimentos cirúrgicos podem curar, porque nem os medicamentos fazem efeito. Então é bom estar sempre atento ao preparo e a procedência dos alimentos que possam ter tido algum contato com as larvas da Tênia”, alerta o médico.

 Fonte: http://blogs.ne10.uol.com.br/casasaudavel/

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