Para falar da reação que o Brasil deve protagonizar para uma saúde com maior equidade no período pós-pandemia, o  Sindha - Sindicato de Hospedagem e Alimentação de POA e Região e o BRDE - Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul convidaram o médico Claudio Lottenberg, presidente do Conselho do Hospital Albert Einstein e presidente do Instituto Coalizão Saúde, para ser o primeiro convidado do Sindha Experience. O novo projeto leva ao empresariado gaúcho discussões de inspiração e motivação com convidados de diferentes áreas. Os eventos acontecem de forma online, mensalmente até dezembro deste ano, e a primeira edição foi ao ar nesta segunda-feira (24). O debate segue disponível através dos canais do Sindha no Facebook e YouTube: facebook.com/sindhaoficial e youtube.com/c/sindhaoficial.

“Este novo projeto é mais uma prova de que nós olhamos para o futuro, e não para o passado para ficarmos nos lamentando. Os palestrantes que estarão conosco mensalmente terão sempre esse perfil e esse olhar. Pessoas que usam a crise para se reinventar, crescer e transformar o nosso país. Agradecemos ao BRDE por ter tido confiança no Sindha para desenvolver o Sindha Experience”, afirmou o presidente do Sindha, Henry Chmelnitsky.

“É importante olhar pra frente. A crise nos traz, sim, aprendizados, ela foi dura, ainda está ocorrendo, mas precisamos criar condições para que todos consigam sair fortalecidos. Temos um papel de desenvolvimento na região e promovemos programas como o Recupera Sul, que proporcionou capital de giro para as empresas mais afetadas pela crise e, infelizmente, o setor de hospedagem e alimentação foi um dos mais impactados. O banco está à disposição de todos que representam o sistema econômico dos três estados do Sul para ajudar a enfrentar a crise e para que saiam dela fortalecidos”, destacou o superintendente da Agência do BRDE no Rio Grande do Sul, Paulo Raffin.

Para o convidado da noite, o tema da saúde sai mais valorizado da pandemia, de uma forma “que até então não tínhamos visto". "No momento que temos uma pandemia e percebemos o quão ínfima é a nossa capacidade de defesa, notamos que os cuidados relacionados à nossa própria saúde merecem uma valorização maior. E é uma responsabilidade de autocuidado, que envolve o engajamento do paciente. Esse entendimento de que o paciente é responsável e que deve cuidar da sua saúde é certamente uma das lições que a pandemia traz de uma forma generalizada, no Brasil e fora dele”, analisou.

Ele mencionou também a “personalização” da medicina como mais uma lição, enquanto resultado de uma prevenção que ainda precisa ocorrer de maneira mais intensa, além da adesão de práticas de qualidade no ambiente assistencial. Lottenberg falou, ainda, sobre as políticas industriais. “Quando investimos no complexo da saúde, criamos uma autossuficiência, geramos empregos e não ficamos reféns de tecnologias de fora do país. Durante esse período tudo faltou, máscaras, respiradores, luvas, porque o complexo industrial da saúde não foi priorizado ou o que foi feito não foi suficiente. Quando precisamos de insumos básicos, tivemos que recorrer a outros países mais bem estruturados”, disse o médico.

Para Lottenberg, a valorização da boa ciência e do SUS, a atenção à vigilância epidemiológica e o acesso a fontes verificadas de informação são elementos fundamentais  para uma reação de maior igualdade no cenário pós pandemia, além da necessidade de investimento em fatores sociais, como educação, habitação, emprego e alimentação de qualidade, que são determinantes para a saúde. “A pandemia nos ensina muito. Valoriza a saúde, valoriza as questões da pesquisa, valoriza a prevenção de forma correta, revê o contexto da vigilância epidemiológica, nos contextualiza a saúde enquanto direito social, e não como um elemento isolado, e chama a atenção para a dependência da indústria estrangeira e necessidade de investimento do complexo industrial da saúde, reiterando esse desejo de um Brasil mais justo, adequado, igualitário, acessível e mais humano. O atual cenário deve melhorar na medida em que vamos avançando na vacinação das pessoas e o Brasil é um país que se recria, que busca permanentemente oportunidades para se reinventar. Eu diria que apesar de tudo, nós saímos muito sofridos desse momento, mas isso não pode ser mais forte do que o entusiasmo, do que a capacidade de sonhar e de acreditar que podemos melhorar o futuro”, finalizou.

A próxima edição do Sindha Experience acontece no mês de junho, com novo tema e novo convidado a ser divulgado nas redes sociais do Sindha.