27/08/09

A Copa é maior do que o futebol

Artigo publicado no Jornal do Comércio em 28/08/2009

Ao participar da reunião de diretoria do Sindicato da Hotelaria e Gastronomia de Porto Alegre, o vice-prefeito municipal e secretário extraordinário para a Copa de 2014, José Fortunati, foi muito feliz, e trouxe ânimo ao setor privado em relação ao evento. E o modo de fazê-lo foi inteligente, ao discorrer sobre o tema do jeito que o setor privado permite a si próprio, ou seja, de forma realista.
Não será fácil vencer o cronograma de obras necessárias para que Porto Alegre venha a efetivamente a receber os jogos. Serão precisos mais de cinco bilhões de reais provenientes do governo federal e de parcerias públicos privadas em modulagens de negócios que ainda estão sendo estudadas.
A relação de obras e de ações previstas, caso venham a ocorrer como estabelecido, remeterá a região metropolitana a um novo patamar de desenvolvimento, com repercussões em todo o Rio Grande do Sul. Nunca, em tempo algum, a cidade recebeu aporte tão significativo de recursos e uma mudança tão espetacular (e o termo é adequado) no aspecto de infraestrutura, num prazo tão curto, quanto o programado para Porto Alegre até 2014. O que, inclusive, permitiu um pensamento curioso, porém muito significativo, por parte do vice-prefeito no início de sua explanação, ou seja, de que futebol é o que menos interessa nessa discussão. E é verdade. Devemos enxergar a floresta e não apenas a árvore a nossa frente.
          A conquista de um metrô para a cidade, de uma segunda ponte sobre o Guaíba, a reforma total do hospital de Pronto Socorro, o plano diretor cicloviário, a revitalização do cais Mauá, o prolongamento de perimetrais e a duplicação de ruas, a  resolução dos problemas da BR 116, a ampliação da capacidade do aeroporto Salgado Filho, são alguns exemplos dos benefícios que a população do Rio Grande do Sul terá com o evento.
Mas é preciso que esse discurso seja entendido e, principalmente, incorporado, por toda a população, principal beneficiária destes esforços. É necessário que a conversa saia do “público e do privado” e ganhe as ruas, entre nas casas, nos corações da população, no dia-a-dia da sociedade. Que se transforme num momento único, voltado para o futuro e para o melhor para a cidade. Uma egrégora tão forte quanto aquela que certamente levará o Brasil a ser mais uma vez campeão do mundo de futebol. E, desta vez, em nossa própria casa: totalmente remodelada e realmente pronta para os desafios inerentes ao seu próprio crescimento. Que assim seja para todo o Brasil.

Cacildo Vivian
Presidente do Sindicato da Hotelaria e Gastronomia de Porto Alegre


Sindicato de Hospedagem e Alimentação de POA e Região
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