Por ocasião do primeiro turno eleitoral, o Sindicato da Hotelaria e Gastronomia de Porto Alegre (Sindpoa) divulgou entre os candidatos à prefeitura e à Câmara de Vereadores, como uma das prioridades para a Capital, o término das obras do aeroporto Salgado Filho. Os prejuízos para a economia do Rio Grande do Sul podem ser medidos pelo custo que representa a paralisação das obras. Segundo estimativa da Infraero – divulgada recentemente pela Agenda 2020 - cerca de R$ 2,4 bilhões deixam de ser gerados por ano no Rio Grande do Sul por conta da não ampliação da pista e da inexistência de um terminal de cargas compatível com a nossa economia. Sem falar no “custo neblina”, que, na verdade, é imensurável. Como calcular a perda de horário de um empresário para o fechamento de um negócio ou participação em um evento em nossa cidade, por exemplo?

O posicionamento público do governo do Estado em defesa da prioridade da construção de um novo aeroporto distante 30 quilômetros da Capital, em detrimento da ampliação e modernização do aeroporto Salgado Filho, também preocupa. Uma obra deste porte, como um novo aeroporto internacional, vai levar muitos anos para ser concretizada, multiplicando os atuais prejuízos, que se somariam a outros também imensuráveis, como a perda irreversível de competitividade na captação de eventos para a cidade, por exemplo. O Sindpoa defende a necessidade de mais diálogo em torno deste assunto que repercute em toda a sociedade. No mínimo uma explicação compatível com a frustração por conta de uma iniciativa que a sociedade pensava que já tinha sido devidamente debatida e encaminhada. E, também, pela surpresa de vermos frutificar dentro do próprio governo do Estado a defesa de um adiamento para uma obra tão importante e que já deveria estar terminada. Principalmente na véspera de um evento como a Copa do Mundo, onde o aeroporto se transforma na porta de entrada de nossa casa. É preciso muita atenção neste momento. É urgente para Porto Alegre um aeroporto do tamanho de sua importância estratégica e econômica.

Artigo do Presidente José De Jesus Santos publicado no Jornal do Comércio de 24/10/2012