30/07/12

Entidades fazem mobilização pelo Cais Mauá

Slogan utilizado pelo Sindpoa desde o apoio ao projeto de revitalização

A demora na execução do projeto de revitalização do Cais Mauá gerou indignação das entidades do turismo e do comércio. A notícia de que o início das obras será protelado até que o consórcio vencedor da licitação consiga montar a operação financeira para a implementação dos trabalhos sinaliza para a necessidade de uma articulação conjunta entre dirigentes de sindicatos e federações, para que parte do espaço esteja revitalizada até 2014. A Federasul pretende convocar o Sindicato da Hotelaria e Gastronomia de Porto Alegre (Sindpoa), a Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL-Porto Alegre) e o Sindilojas da Capital para colher o posicionamento das instituições e definir uma nova estratégia no sentido de “trabalhar com esta urgência”, afirmou o vice-presidente da entidade, Rafael Paodin Nenê.

“O Brasil tem este histórico de deixar as coisas para última hora”, critica Nenê, ressaltando que pretende propor que o grupo crie um canal de locução “mais transparente” com o consórcio (Porto Cais Mauá do Brasil) que executará a estrutura. “Compreendemos que é um movimento complexo”, pondera o vice-presidente da Federasul, lembrando que há quase duas décadas se propõe algo para o local, e que agora é o momento de acelerar o trabalho para que fique pronto de acordo com a promessa do consórcio, formado por companhias espanholas. Há alguns meses, a Federasul, o CDL, o Sindilojas e o Sindpoa uniram forças para cobrar que o projeto de revitalização do Cais Mauá saísse do papel, inserindo outdoors na cidade, com o slogan Quanto Antes Acontecer Melhor. A ideia agora é deliberar de que forma as entidades irão atuar para que não ocorram mais amarras relativas ao início das obras, avisa Nenê.

Outras entidades declaram que irão discutir o assunto para estudar formas de articulação para cobrar que a renovação da estrutura ocorra de fato, visando que boa parte esteja pronta durante a Copa de 2014, quando a cidade irá receber diversos turistas. “A pressão para que a obra saia já está ocorrendo há um tempo, mas agora vamos começar a pensar em uma forma de demandar da prefeitura e do governo do Estado uma intervenção maior”, diz a presidente da Associação Brasileira de Agências de Viagens (Abav), Rita Vasconcelos. Ela afirma que o setor está “apreensivo” com a notícia do dinheiro ainda não ter sido liberado e teme o risco do empreendimento não acontecer. “Seria uma decepção perder a oportunidade de valorizar o espaço e gerar um dos legados mais importantes para Porto Alegre”, opina.

Apesar de não estar programada para se articular em conjunto com outras entidades, a Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel) também deverá exercer pressão para que o projeto seja executado. “Não iremos demandar nada de forma polêmica, mas nos articularemos politicamente”, promete a diretora executiva da entidade, Taís Kappi. Segundo ela, a Abrasel tem acompanhado o processo via grupos de trabalhos junto à prefeitura e ao governo do Estado. “Esta é uma ação burocrática, é lenta mesmo, mas a gente acredita que a obra sairá”, pontua a dirigente. Ela comenta que “já se sabia do risco” de uma nova prorrogação do início das obras de revitalização do Cais do Mauá, em função do período eleitoral.

“Infelizmente, os entraves fogem da nossa alçada”, argumenta o presidente do Sindilojas Porto Alegre, Ronaldo Sielichow, lamentando um possível atraso. Ele anuncia que pretende conversar com outras entidades para se mobilizar e pleitear que as obras sejam alavancadas. “Se (a revitalização) não iniciar em agosto, pensaremos em uma forma de reivindicação para que aconteça”, avisa a presidente do Porto Alegre Convention & Visitors Bureau, Berenice Lewin.

As entidades prometem seguir vigilantes em relação aos prazos e ao cumprimento do projeto, com base no que foi sinalizado pelo município. “Estamos entregando para os candidatos a prefeito um caderno de propostas para a cidade, e entre elas está a questão da revitalização do Cais Mauá e a sua integração com o Centro Histórico”, garante o presidente do Sindpoa, José de Jesus Santos. “Não estamos acomodados nisso, nosso setor tem que se envolver para a cidade evoluir economicamente.” Santos lamenta um possível adiamento na obra, lembrando que a Copa de 2014 foi confirmada ainda em 2007, e que, há menos de dois anos do evento, ainda não se tem certeza de que o Centro terá este atrativo turístico.

Nos últimos meses, o Sindpoa entregou o caderno de propostas para Porto Alegre à Câmara de Vereadores, à Assembleia Legislativa, e ao candidato a prefeito Adão Vilaverde. “Em agosto iremos apresentar o documento para a candidata Manuela d´Ávila, e, em setembro, para José Fortunati.” Outro pedido que vai na mesma linha é a ampliação da pista do aeroporto. “A demora do início das obras é um péssimo indicativo”, diz o empresário.

Fonte:

 31/07/2012

 


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