29/02/12

Hotéis perdem R$ 60 milhões sem a Copa

Hotéis perdem R$ 60 milhões sem a Copa

Na lista dos empreendimentos da Capital que estão apostando em expansão e melhorias para qualificar o atendimento aos turistas durante a Copa do Mundo de 2014, o Hotel Continental Porto Alegre já gastou R$ 3 milhões em reformas, desde o início do ano passado. De acordo com o sócio-proprietário, Daniel Chaves Barcellos, o estabelecimento ainda irá injetar outros R$ 2 milhões nos próximos dois anos. A ideia, revela o empresário, é que a ocupação dos apartamentos durante o torneio - e a partir de seu legado - pague o investimento na remodelação dos apartamentos e da cozinha, além da compra de equipamentos e de seis elevadores. Enquanto se prepara para lucrar com o evento, Barcellos e outros empresários do setor hoteleiro acompanham o impasse gerado pelas negociações entre o Internacional e a construtora mineira Andrade Gutierrez. “Iremos deixar o cavalo passar encilhado se não se encontrar uma solução rápida”, alerta o presidente do Sindicato de Hotelaria e Gastronomia de Porto Alegre (Sindpoa), José de Jesus Santos. Se Porto Alegre chegar a perder o título de cidade-sede da Copa de 2014, o prejuízo das empresas da rede hoteleira local será de, no mínimo, R$ 60 milhões em diárias, conforme cálculo do vice-presidente do Porto Alegre & Região Metropolitana Convention & Visitors Bureau, Ricardo Ritter. Isso porque os hotéis da Capital, que já fecharam contrato com a Fifa há dois anos, bloquearam até agora 3 mil apartamentos durante o evento, o que corresponde a 40% da ocupação do período. “Não estamos considerando esta possibilidade, mas, se eventualmente perdermos a Copa, o impacto econômico será enorme para a cidade”, diz o dirigente, explicando que a meta é que um total de 10 mil apartamentos sejam bloqueados até o campeonato, triplicando a arrecadação em diárias. “Estamos divulgando Porto Alegre no site da Fifa, seria lastimável uma notícia desta para todo o turismo”, completa, referindo-se à especulação sobre a possibilidade de a Capital ficar fora do torneio. O presidente do Sindpoa destaca que a Copa do Mundo é o “evento mais importante do globo”, porque envolve patriotismo.  “As pessoas viajam para ver seu país jogar, e aproveitam para conhecer novos destinos, muitas delas levam a família inteira. Tanto a iniciativa privada quanto a pública devem ficar atentas, para que não percamos essa oportunidade única”, adverte. Santos lembra ainda que quatro novos hotéis estão se erguendo na expectativa de aproveitar o filão da Copa do Mundo e que outros 11 projetos estão no papel. “Já ‘pisamos na bola’ com a Copa das Confederações, imagina se a gente recebe a notícia de que a cidade ficará fora do Mundial”, comenta. O diretor-executivo da Associação Brasileira da Indústria de hotéis (ABIH), José Justo, reforça que “não se pode abrir mão” do dinheiro que poderá entrar para o caixa da rede hoteleira da Capital. “Não podemos perder a Copa. Isso representaria um prejuízo incalculável, que não seria só financeiro, mas principalmente em termos de promoção de destino. As duas cidades que perderam a Copa da África sofreram um dano de imagem que não tem como descrever.” A presidente da seccional Sul da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel), Fernanda Etchepare, diz que não sabe estimar em números a perda para o setor, mas destaca que “a Copa do Mundo é fundamental para dar um impulso e alavancar o turismo de Porto Alegre”. “Os bares e restaurantes da cidade estão se preparando para receber os visitantes e isso vai deixar de ser aproveitado se a cidade não participar do evento”, opina a dirigente. Já o presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas da Capital (CDL-POA), Gustavo Schifino, avalia que o impacto envolveria “muito mais deixar de agregar do que propriamente perder”. Mas pondera que muitas lojas de material esportivo estão se redimensionando para atender aos turistas do evento e que este investimento já direcionado seria perdido. “Além disso, deixaríamos de arrecadar somente no varejo cerca de R$ 100,00 por pessoa a cada dia, durante o período, o que representa em torno de R$ 300 milhões a R$ 400 milhões”, disse. “Pior do que perder dinheiro é perder o pretexto para qualificar a categoria”, afirma o presidente do Sindicato dos Taxistas de Porto Alegre (Sintaxi), Luiz Novari. Ele acredita que os profissionais da área “perderiam o estímulo de buscar capacitação”, caso o campeonato não chegasse à cidade. “Perderíamos a chance de passar para  outro patamar”, sentencia.
(Com informações do Jornal do Comércio)


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