O reajuste do Piso Regional para o próximo ano foi fixado pelo governo do Estado em 10%. Caso aprovado pela Assembleia Legislativa, a faixa mais baixa ficará em R$ 770 e a mais alta, em R$ 837.

O aumento anunciado é bem maior do que a inflação esperada, medida pelo INPC, entre os meses de março de 2012 (data do último aumento) e janeiro de 2013, de 5,64%, bem como também é consideravelmente superior ao reajuste esperado para o Salário Mínimo Nacional, cuja diferença será ampliada dos atuais 12,5% para 13,8%.

Para o Sindicato da Hotelaria e Gastronomia de Porto Alegre (Sindpoa), o índice proposto pelo governo não é compatível com a realidade econômica do Estado e esvazia as negociações e acordos coletivos entre sindicatos patronais e de trabalhadores.

Problema que vem crescendo em quase todos os setores da economia, a falta de mão de obra qualificada tem assustado também proprietários de meios de hospedagem da Capital.
 Segundo estudo realizado junto a funcionários e gestores do setor, pelo curso de hotelaria da Faculdade Senac Porto Alegre, a rotatividade entre camareiras, auxiliares de cozinha, garçons e recepcionistas dos 94 estabelecimentos do gênero em Porto Alegre é alta.
- O apagão na hotelaria é terrível. Não se consegue reter por muito tempo os funcionários e é difícil preencher as vagas, cujos candidatos são totalmente despreparados - diz o presidente do Sindicato dos Hotéis de Porto Alegre (SHPOA), Daniel Antoniolli.
O mesmo ocorre com a gastronomia.
- Estou há 42 anos no mercado e nunca sofri tanta falta de mão de obra como nos últimos cinco anos - concorda o presidente do Sindicato da Hotelaria e Gastronomia de Porto Alegre (Sindpoa), José de Jesus Santos.
Ele disse que antigamente, se colocava uma plaquinha anunciando vaga para garçom na porta do restaurante, logo aparecia alguém interessado. Hoje em dia, a plaquinha fica lá por meses.
Santos observa que tanto a hotelaria quanto os restaurantes sempre foram setores que absorviam pessoas em condição de primeiro emprego.
- Onde andam estes jovens? – questiona
O seguro desemprego e o bolsa família podem ser um empecilho no estímulo à busca por um lugar no mercado.
- O ideal seria que as pessoas que recebem este benefício aproveitassem a oportunidade para se capacitar profissionalmente – diz Santos.