O futuro do foodservice chegou – e o Brasil precisa estar pronto

O futuro do foodservice chegou – e o Brasil precisa estar pronto
A NRA Show, realizada em Chicago, é o maior palco global de inovação para o setor de foodservice. Em 2025, a feira reuniu as mais ousadas soluções tecnológicas, novas dinâmicas de consumo e tendências comportamentais que já estão transformando a forma de produzir, servir e encantar no mundo da alimentação fora do lar. E o Brasil esteve presente com uma comitiva expressiva, reunindo representantes do SINDHA, SEBRAE, ANR e Abrasel.
O “Papo da Tarde – Pós-NRA Show”, realizado na sede da Abrasel em Porto Alegre no dia 10 de junho, serviu como um momento de troca essencial, onde foram compartilhadas as impressões e aprendizados trazidos da missão técnica. O presidente do SINDHA, Paulo Geremia, o jornalista Diogo Carvalho, do Destemperados, e o consultor do Sebrae, Roger Klafke, compartilharam suas impressões sobre o evento. E as reflexões foram claras: o futuro do foodservice não é ficção científica — é realidade em prática, e cabe a nós adaptá-lo à nossa cultura e desafios.
Eficiência com inteligência
Com margens cada vez mais apertadas e escassez de mão de obra qualificada, a resposta vista em Chicago é clara: tecnologia e automação. Equipamentos inteligentes, com sensores, conectividade em nuvem e inteligência artificial embarcada, estão redesenhando operações. Desde a previsão de vendas até o controle de inventário e montagem de pedidos, tudo pode ser otimizado — inclusive com IA generativa no atendimento ao cliente. Foco em melhoria de processos, redução do CMV (custo de mercadoria vendida) e do desperdício.
Gestão de pessoas em foco
A tecnologia também está sendo aplicada para valorizar o capital humano. Plataformas integradas estão transformando a gestão da jornada do colaborador, com soluções que cuidam desde o recrutamento até o pagamento. O objetivo: tornar o trabalho mais eficiente, leve e significativo — um ponto crucial num setor que lida com alta rotatividade e pressão por produtividade.
Cardápios e mixologia
Assim como na cozinha já não basta um grande chef, é preciso gestão; também o que encanta não são cardápios gigantes e drinques sempre iguais. Nos menus, o importante é passar a essência do restaurante, com poucas e excelentes opções. E, nas bebidas, o forte da mixologia é apresentar o terroir do local. Pode-se fazer um drinque clássico, sim, mas optando pela bebida produzida no local, as frutas que tenham a ver com a região. Personalidade conecta.
Omnicanalidade é regra, não exceção
Delivery, take-out e pick-up stations seguem em alta. E não basta oferecer o serviço — é preciso oferecer uma experiência fluida e coerente entre canais digitais e físicos. A omnicanalidade bem executada se torna diferencial competitivo, especialmente em um mercado onde o consumidor quer flexibilidade e praticidade sem abrir mão do afeto.
Comida com propósito e apelo sensorial
Tendências globais apontam para um consumidor mais exigente: ele quer sabor, mas também quer saúde, originalidade e propósito. Produtos fermentados, picantes, funcionais e de inspiração étnica ganham espaço. Um destaque curioso é o sucesso do açaí — altamente popular no mercado internacional, mas sem identidade brasileira associada. Aí está uma oportunidade latente de reposicionamento de marca-país.
Hospitalidade e conexão emocional
Apesar de toda a tecnologia, o fator humano segue insubstituível. Marcas que se conectam emocionalmente com seus públicos, que contam boas histórias e mantêm coerência entre discurso e prática são as que conquistam lealdade. A hospitalidade — esse "jeitinho" que acolhe, escuta e encanta — continua sendo um diferencial competitivo. Em tempos de IA, o que faz a diferença é o humano.
O invisível que já está em operação
O que parece distante já está sendo testado ou implementado: cápsulas de comida estilo Nespresso, sushi automatizado, ovos mexidos prontos em segundos, bebidas com THC e embalagens de madeira sustentáveis. A presença marcante de países asiáticos indica outro alerta: adaptação rápida e escala acessível.
E o que isso tudo tem a ver com o Brasil?
Tudo. A missão do SEBRAE e de lideranças do setor é justamente traduzir esse futuro em soluções aplicáveis à realidade brasileira. Mais do que seguir tendências, é hora de adaptar e provocar mudanças. Inovação não é um luxo: é uma necessidade estratégica para garantir a sobrevivência e o crescimento sustentável do foodservice no Brasil.
Assessoria de imprensa SINDHA